O XVI Encontro Nacional dos Grupos PET ocorreu de 12 a 16 de Julho, concominantemente com à 63ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no campus Colemar Natal e Silva da UFG, em Goiânia (GO). Dentre os principais objetivos da reunião, que teve como tema "Diversidade cultural e integração do conhecimento", estiveram a busca por ajuste e revisão da Portaria 975 e o alinhamento das políticas do PET Tradicional ao PET Conexões de Saberes (bem como novos grupos PET). Para esclarecer melhor: no ano de 2010, o Programa de Educação Tutorial sofreu uma modificação significativa na sua estrutura, a partir das Portarias 975 e 976 do MEC (julho de 2010). Estas portarias definem um novo formato legal para o programa e modificam sensivelmente o funcionamento e o próprio processo de formação patrocinado (ou mediado) pelo PET. A desvinculação dos grupos com a graduação, a criação dos grupos já com 12 bolsistas (fim do processo de implementação gradual), a expansão via Edital, a redução da representatividade dos grupos nas suas instâncias decisórias e a rotatividade imposta de tutores estão no centro das discussões desencadeadas pelas portarias.
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Plenária de abertura do evento |
As discussões foram bastante profícuas e foi estabelecido um Grupo de Trabalho constituído por representantes de grupos PET Tradicional, de PET Novos, de PET Conexões e de alunos petianos, juntamente com a CENAPET (Comissão Executiva Nacional dos Grupos PET). A petiana Evileny Magalhães do PET Letras UFPA foi eleita representante estudantil dos PET da Região Norte no GT da CENAPET.
O ENAPET é momento de interação de saberes vinculados ao ensino, pesquisa, extensão e educação tutorial entre os grupos PET do Brasil, oportunizando espaço para discussão e apresentação dos trabalhos dos grupos PET de todo Brasil. E o PET Letras também aproveitou a oportunidade apresentando uma prévia de sua pesquisa conjunta por meio da exposição do trabalho intitulado "Aspectos da diversidade linguística na Amazônia".
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PET Letras UFPA apresentando trabalho
na programação acadêmica do XVI ENAPET |
As principais observações na pesquisa preliminar do Grupo PET Letras acerca da diversidade linguística na Amazônia revelam essa temática a partir de diversos cenários, em um grande mosaico lingüístico. No estado do Pará, especificamente, há falantes de língua portuguesa, de línguas indígenas, de línguas alóctones e de LIBRAS, convivendo em um mesmo território. As línguas indígenas e a LIBRAS podem ser ditas desprestigiadas em comparação à língua considerada dominante, que nesse caso é a língua portuguesa. As outras como a língua japonesa gozam de certo prestígio. Em relação às línguas indígenas, sabe-se que eram faladas cerca de 1300 línguas quando da chegada dos europeus. Porém, devido à “guerra lingüística” travada naquele período e presente até hoje em nossa sociedade, tais línguas foram diminuindo e perdendo sua força. Há, atualmente em todo o território nacional cerca de 154 línguas indígenas, distribuídas em troncos, famílias, línguas e dialetos, que correspondem a apenas 12% de línguas que viviam no Brasil. Na Amazônia estão 72% dessas línguas e no Pará há mais ou menos 25 línguas indígenas sendo faladas diariamente, algumas delas estão ameaçadas de extinção. O PET Letras UFPA discute a necessidade de se pensar em medidas que possibilitem a preservação e revitalização destas línguas.